Olimpíada
de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro
Gênero: Crônica
Aluno: Daniel Leonil de Lima – 1º A
Série: 1º Turma: A
Professor Orientador: Ana Paula de
Souza
Uma jornada ao mar...
Na
pequena praia do litoral do Ceará, onde no céu azul cada pássaro que canta,
encanta o amanhacer! Um vento suave que
o mar traz, me faz relaxar em um sono profundo. Em sonho, vejo a beleza desse
lugar, Barra da Sucatinga. Nessa bela praia, cada olhar desperta uma
curiosidade. Vejo a luta diária de um velho pescador que, quando vem à proucura
desse mar, vem em busca de sua felicidade.
Ao despertar, mostra em
seu rosto uma ansiedade, um desejo de logo ir ao seu aconchego: a praia. E a
cada passo desse pescador de pele morena, queimada pelo sol, em direção ao mar,
desperta em mim, o sentimento dele, do amor incondicional pelo seu trabalho.
Sou filho desse humilde trabalhador dos mares
das manhãs serenas, nas quais o galo canta. Quando deito na minha pequena rede,
fico a pensar na jornada desse homem forte, e ali deliro em sonhos.
Do
meu quarto, pela janela, avisto na madrugada ainda escura, sua caminhada pela praia, que tem uma beleza em
cada canto que passa: das falésias até a cachoeira, da cachoeira até o pequeno
riacho. Ao ver o mar ao fundo, cada movimento que ele faz, traz em mim a
felicidade de uma criança. Observo os empurrões que dá à jangada e o longo
trajeto que será percorrido até sua entrada ao mar. Sinto-me cada vez mais
parte disso e pelo qual sou completamente apaixonado. Reflito: - Abençoado
oceano, por dar o alimento aos que dele
necessitam e alegria aos que o amam .
Observo de longe, já
com a minha vista a escurecer, aquele homem remando o barco. Cada movimento do
mar, deixa uma trilha sobre a água, uma
história de saudade. Naquela viagem rumo ao horizonte, cada peixe pescado,
retrata o amor e a dedicação por sua família.
O balanço suave do mar,
faz aquele pescador lembrar com alegria, seus filhos. Essas crianças que veem o
seu pai passar dias longe de casa. Elas sempre a pensar: Onde estará? E ele a
meditar: Será que vou voltar? Nenhuma resposta para acalmar o coração de quem
está aflito ...
Em alto mar, quando joga a linha na
imensidão, não sabe o que vem adiante. A cada movimento do barco e a cada peixe pescado, é um suspiro de alegria. Quando nasce o sol,
reflete no rosto o brilho do amor de uma conquista realizada.
Ao findar a tarde, não vejo mais o que fazer, a não ser esperar
o seu retorno e ver sua história de mais um dia de luta acabar. Fico com olhos
fixos no mar, e seu balanço suave me aperta o peito e renova a saudade. Avisto
ao longe aquele “pontinho” preto, que logo tomará forma humana.
Finalmente, ao observar de cima do
morro, a jangada é vista. E não só eu, mas ele também me avista, e pensa: são
eles à minha espera!...
E grita: - chegueeei!
Para mim um fim, para ele uma pausa,
para uma nova jornada do dia de amanhã.
Gênero: Artigo de
Opinião
Aluna: Cristiane
Rebouças da Silva
Série: 3º Turma: E
Professor Orientador:
Lívia Maria Monteiro Rodrigues
Progresso
econômico – qual o preço?
Lagoas das Porteiras é uma comunidade que pertence a
Beberibe, tem como renda local agricultura e a atividade pesqueira, que ocorre
durante o período de inverno. Na margem do rio, encontra-se a fazenda Canoé,
conhecida pela criação de camarão e principalmente por desavenças entre os
moradores da região.
Por ser um local propício à carcinicultura, os viveiros
foram construídos dentro do próprio rio, o que gerou uma grande discussão, pois
ao chegar o período de renovação da criação de camarões, é preciso que haja uma
troca de água, que infelizmente é liberada no rio, em estado impróprio,
exalando um mau cheiro enorme e prejudicando principalmente os peixes, pois
alguns morrem e outros sobem à superfície do rio, em busca de um local melhor
para a reprodução. Desta maneira, a população fica sem ter o que pescar e o
meio ambiente poluído.
No meu ponto de vista, essa prática é totalmente
inadequada, tendo em vista que o rio é um bem natural comum a todos e não uma
propriedade particular da fazenda, e é dele que parte da comunidade extrai sua
renda familiar.
Por
conta de casos como esse é que, junto à criação e comercialização do camarão,
deveria também intervir uma maior fiscalização, para se comprovar a qualidade
da mercadoria, verificar se é correta a forma como os viveiros foram
construídos, se a água está tendo seu destino certo, sem prejudicar o solo, o
rio e a população.
Por mais que seja uma comunidade com poucos habitantes, é
comum diferentes opiniões sobre o fato. Parte da população local, geralmente os
jovens que têm mais acesso à informação, compreende que o comércio do camarão
no nosso lugar é ilegal, visto que agride diretamente o solo, a água e o ar e,
consequentemente, a saúde da população. Em contrapartida, muitos moradores não
questionam o ato, pelo fato de serem gratos ao fazendeiro por algumas ações
realizadas pelo mesmo na comunidade. Esses diferentes pontos de vista geram
discussões e até mesmo conflitos entre as pessoas da região.
Isso
se deve ao fato de existir uma parceria entre os agricultores e o proprietário
da fazenda. Este permite que seja feito o plantio em suas terras, ato que
parece ser solidário, mas que na verdade, beneficia de forma direta o dono do
terreno, pois as suas terras são cheias de árvores enormes, que precisam ser
derrubadas, para então poder ser iniciado o processo de plantação. E são os
moradores que fazem todo o serviço pesado, cultivam a terra, adubam e depois da
colheita, o proprietário utiliza o mesmo solo, já preparado para a plantação, para
fazer outros tipos de atividades agrícolas, que geram lucro a ele mesmo.
Além de permitir que a comunidade plante em suas terras,
o fazendeiro com o apoio de pessoas influentes, trouxe alguns benefícios para a
comunidade - que na verdade deveriam ser de responsabilidade pública - como
telefone público, estradas de boa qualidade, favorecendo a população local, mas
principalmente, a ele mesmo, pois facilita e muito a comercialização dos seus
produtos.
Sem
dúvida, a comunidade tem benefícios, pois a criação de camarão movimenta o
comércio e gera empregos, principalmente num lugar sem muitas oportunidades de
trabalho. No entanto, não devemos ficar presos a sentimentos de gratidão e permitir
que, por motivos de necessidade, nós sejamos vítimas de injustiças ou
oportunismos, deixando impune ações que abusam da ingenuidade dos mais fracos. Pelo contrário, devemos analisar os fatos,
questionar de forma correta e tentar negociar com os interessados, buscando
proporcionar benefícios a todos.
Eu
poderia estar escrevendo aqui apenas o lado positivo sobre a fazenda de carcinicultura
instalada na minha região, caso algumas atitudes de seus proprietários fossem
repensadas, o que não é muito difícil de acontecer. Basta para isso, tratar e destinar
seus resíduos para um lugar adequado, um ato simples, mas que faz toda
diferença. O mais importante nisso tudo é que devemos fazer valer nossos
direitos, questionar, buscar soluções para que atitudes possam ser tomadas e se
tornar em benefício a todos, de um modo geral, com desenvolvimento econômico
sustentável e qualidade de vida para a população.
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